terça-feira, 18 de setembro de 2007

O fato de eu ter usado preto pra fazer esse blog não lhes significa nada?

É otimismo que vocês querem?

Ou seria a mesma falsidade de sempre? Falsidade a qual todos já se acostumaram.

Não.

Desculpe, mas a parte de ser falsa, eu ainda não aprendi.

Ainda não tenho o dom de disfarçar lágrimas com amarelos sorrisos.

Disfarçar a dor é coisa de gente fraca.

Muito se engana quem se julga esperto e forte por saber disfarçar o sofrimento.

O sofrimento é algo tão maior do que se julga corriqueiramente.

Pra você, quem é mais fraco: O que se entrega a possibilidade de dar certo ou o que se esconde da possibilidade de dar errado?

Complicado.

“Poliana, você vai sair dessa.” É o que todos dizem, certo?

Eu concordo.

Sou obrigada a concordar por que sei que sou forte pra caralho.

Mas é tudo uma questão de ponto de vista.

A que tipo de reação vocês se referiam?

Varrer toda a sujeira pra debaixo do tapete e em um curto espaço de tempo ter uma casa limpinha, pelo menos aparentemente?

Ou,

Passar dias a fio, numa cansativa faxina capaz de arrancar os desprezíveis insetos, teias de aranha, caixas velhas, coisas sem uso e sem importância, e, em um longo espaço de tempo obter como resultado, enfim, uma casa verdadeiramente limpa e, novamente habitável?

Mais complicado ainda, né?

Certas casas são tão fechadas que impedem a entrada do vento, do sol.

Nesse tipo de casa a sujeira não entra, e nem a beleza da luz do sol.

Algumas outras são tão abertas que transbordam de sujeira.

É permitido todo tipo de entrada, todo tipo de cultivo. É tudo tão vulgar que nem ao menos se pensa nas hipóteses da faxina, nem na simples, nem na complexa.

E, finalmente, há ainda casas que buscam o equilíbrio.

E seria tão perfeito encontrá-lo.

Seria tão perfeito saber ajustar o tempo de abrir as janelas pra que o sol invada, fechar as janelas pra que os insetos não entrem, regar as flores na medida certa, capaz de ter o mais bonito jardim.

Seria perfeito.

Será perfeito.

E eis aí a ponta de otimismo que todos esperavam.

Busco o equilíbrio, e, certamente o encontrarei.

Mas antes disso, tenho que deixar tudo limpo, pra receber novos visitantes, dessa vez, limpos como eu.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Só palavras

Qual o valor das palavras?

Qual o valor do que sua mente produz, e por força do hábito, vomita em direção de algum ouvido incauto?

O que é a palavra pra você?

As palavras são tão cheias de força, de vida.

Já diria o sábio: “após lançadas, não há volta”.

Quisera eu ter sido sábia de enxergar tua maldita falta de respeito pelos sábios.

Quisera eu ter sido sagaz e, a tempo, livrar-me de tão cortante e doentia falta de respeito pela beleza dos que meus pensamentos e sentimentos produziram, e lançaram a você.

Quisera eu poder entender onde se esconde hoje toda aquela doçura de outrora. Ou melhor, quisera eu saber onde diabos estava com a cabeça que, crédula demais, não percebi que as minhas vistas escondias tua crueldade de pessoa vazia por trás de bonitas mascaras, de cores e sabores variadas.

Que tolo você.

Todo vaidoso ousou supor ter me machucado. Supôs ainda, tolo, ter feito a melhor escolha.

E cá estava eu, no direito de zombar do teu declínio. Cá estava eu, na posição dos corretos, ou dos menos errados, prestes a lançar tão mesquinhas palavras, a semelhança das que ouvi de ti.

Nessa hora é que as maiores diferenças são notadas.

Nessas horas se sabe a diferença entre o bom caráter e o imundo, vil e cruel.

De repente me vi posta sobre o mal, por cima de todo o mal que me fizestes, tolo.

E com a chance da vingança nas mãos, em punho, apenas abri e a deixei escorrer sobre o seu rosto decadente e desprezado.

O meu perdão foi a minha maior vingança.

Vivo e continuarei viva.

Viva, ousarei continuar a viver e a acreditar.

Vivendo, acreditarei cada vez mais e mais fortemente na beleza que os bons sentimentos produzem. Acreditarei cada vez mais na beleza que só os bons enxergam.

E a beleza, sempre tão fugaz, há de levantar-se de maneira digna, de forma digna, em lugar da feia expressão da traição, que me fizestes experimentar.

A beleza, de forma simples e suave, brilhará no rosto dos justos.

E, a traição, sempre tão veemente em suas atitudes, irá de encontro a você mesmo.

Por mais uma vez, e por mais vezes enquanto ousar ser vil a ponto de desacreditar na força maior que move o teu mal contra a tua pro pia existência.

E assim, tu existirás cada vez mais triste, e experimentará da tua pro pia crueldade a cada dia, até que se não agüente mais, e te seja dada por alivio o olhar de misericórdia que eu, tola, ousei te lançar.

(ler isso ao som de Crown of love- Arcade fire)